domingo, 7 de abril de 2024

A Geografia no divã III

"We are never so helplessly unhappy as when we lose love" S. Freud.

A política era o objeto de desejo da Geografia, seu primeiro amor. Olhando para ela, a Geografia mudava as suas roupas, a sua linguagem, os seus atos. Muitas vezes, os movimentos dessa Geografia apaixonada eram contraditórios ou questionáveis do ponto de vista ético. Sem saber como se comportar, a Geografia acreditava que era preciso servir para ser reconhecida e apreciada. Para ficar perto da política, a Geografia não poupava esforços. Ciente desse fato, a política usava a Geografia para obter aquilo que queria: controlar e influenciar outras pessoas. Por vezes, os efeitos dessa subordinação eram pequenos, com a política usando a disposição da Geografia para organizar seus amigos. Por outras vezes, a Geografia era manipulada de forma mais explícita para justificar os atos mais extremos da política. A crise desse primeiro amor deixou a Geografia confusa, auto-destrutiva e introspectiva, tomando muitos anos de sua vida.

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