O filme Adeus, Lenin! (2003), de Wolfgang Becker, retrata o esforço de um filho em manter a saúde da mãe após ela ter ficado em coma por quase um ano, justamente durante as manifestações que tiveram como resultado a reunificação da Alemanha. Ao ser orientado a não submeter a socialista mãe fragilizada a novos traumas, Alex se esforça para reordenar o espaço e os objetos a sua volta para iludir a mãe sobre a continuidade da economia planificada da Alemanha Oriental. A diversidade de marcas capitalistas que ganhava visibilidade na Alemanha de então precisa ser reduzida e contida para representar a centralização produtiva e sua finalidade política. O consumo de informações é também limitado às encenações que remeteriam ao passado socialista, em sintonia com a ideologia do regime. A direção coletiva conferida ao trabalho e à ciência tem clara expressão na película e almejaria encontrar a homogeneidade no espaço. Parte importante deste filme provocativo se encontra justamente nas brechas entre uma proposta utopizada do espaço econômico planificado e as dificuldades da vida cotidiana de seus personagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário